Quais são os exames essenciais para um recém-nascido?

Neste artigo, você vai entender quais são os exames essenciais para um recém-nascido,  primeira fase da vida do bebê, para que servem e quando costumam ser realizados.

Nos primeiros dias de vida, tudo é novidade, tanto para o bebê quanto para a família. Além da adaptação à rotina, existe um ponto que costuma gerar muitas dúvidas.

A boa notícia é que grande parte desses exames já está bem organizada no Brasil pela triagem neonatal, e muitos são feitos ainda na maternidade, de forma rápida e, na maioria das vezes, indolor. Confira a seguir a matéria completa que a PesQsaúde preparou!

 

O que é a triagem neonatal?

Chamamos de triagem neonatal o conjunto de exames feitos do nascimento até o 28º dia de vida do bebê.

O objetivo é simples e muito importante: descobrir precocemente doenças ou alterações que ainda não têm sintomas, mas que podem trazer riscos sérios se não forem tratadas a tempo.

Ela faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), do Ministério da Saúde, e é um direito de todo recém-nascido no SUS. Na rede privada, os exames seguem as mesmas diretrizes e, muitas vezes, são até ampliados (incluindo mais doenças no teste do pezinho, por exemplo).

Além do exame em si, o programa envolve:

– A parte laboratorial (os testes);

– A parte informacional (orientação à família, como amamentação, sinais de alerta, retorno de resultados);

– E a parte assistencial (encaminhamento para especialistas, tratamento e acompanhamento).

Leia: Como funciona o plano de saúde que cobre parto?

 

Quais são os exames essenciais para um recém-nascido? 

Abaixo, reunimos os exames mais importantes nas primeiras horas e dias de vida. A ideia é que você possa ler com calma e entender para que serve cada um.

 

1- Avaliação clínica inicial e Apgar

Logo ao nascer, o bebê é avaliado pela equipe médica. É quando se mede respiração, batimentos cardíacos, cor da pele, tônus muscular e resposta a estímulos.

Essa avaliação é traduzida na famosa nota de Apgar, feita geralmente no 1º e no 5º minuto de vida.

Ela ajuda a identificar se o bebê precisa de algum suporte imediato (como oxigênio, aspiração, aquecimento ou outros cuidados).

Também nessa hora são avaliados peso, comprimento, perímetro da cabeça e tórax, e é feito um cuidado importante nos olhos (método de Credé) para prevenir infecções.

– Por que isso importa para você?

Porque esse “check-up imediato” é a base para garantir que o bebê saiu bem do parto e não precisa de intervenção urgente.

Se você ainda está escolhendo maternidade e plano de saúde, use a PesQsaúde para comparar planos que atendem os hospitais e médicos em que você confia. Assim, você já se organiza para o momento do parto e para os primeiros cuidados do bebê.

 

2- Tipagem sanguínea

Nas primeiras horas, costuma ser feito o exame que identifica tipo sanguíneo (A, B, AB ou O) e fator Rh (positivo ou negativo).

Normalmente, utiliza-se o sangue do cordão umbilical.

Esse dado é importante para atender emergências (como necessidade de transfusão) e para identificar possíveis incompatibilidades entre o sangue da mãe e do bebê, que podem levar a anemia ou icterícia.

 

3- Teste do pezinho

Entre o 3º e o 5º dia de vida, chega o momento do famoso teste do pezinho.

Ele é obrigatório por lei e faz parte da triagem neonatal.

No SUS, rastreia hoje 14 doenças. Na rede privada, alguns laboratórios oferecem versões estendidas, com investigação de dezenas de doenças metabólicas, genéticas, hormonais e enzimáticas.

Alguns exemplos do que o teste pode detectar precocemente:

– Hipotireoidismo congênito (que pode afetar crescimento e desenvolvimento neurológico);
Fenilcetonúria (alteração metabólica que pode causar dano cerebral se não tratada);
Anemia falciforme;
Hiperplasia adrenal congênita, entre outras.

O exame é bem simples. É feito um pequeno furinho no calcanhar do bebê para coleta de gotas de sangue em um papel filtro.

Se houver alguma alteração, a família é chamada para novos exames e encaminhamento ao especialista.

 

4- Teste da orelhinha (triagem auditiva)

O teste da orelhinha também é obrigatório no Brasil e deve ser realizado, idealmente, entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta da maternidade.

Ele serve para identificar alterações auditivas logo no início e permitir que a criança receba aparelhos auditivos, implante coclear ou terapia fonoaudiológica precoce, se necessário.

– Como é feito?

Uma pequena sonda é colocada no ouvido do bebê, sons são emitidos e o equipamento avalia o retorno da resposta auditiva.

É rápido, indolor e o bebê normalmente faz o exame dormindo.

 

5- Teste do olhinho (reflexo vermelho)

O teste do olhinho pode ser feito na maternidade ou na primeira consulta com o pediatra.

Ele ajuda a detectar:

– Catarata congênita;
Glaucoma congênito;
Tumores oculares, como o retinoblastoma;
– E outras alterações que impeçam a entrada normal de luz nos olhos.

O exame é simples! O profissional projeta uma luz nos olhos do bebê e observa a cor do reflexo:

– Avermelhado: dentro do esperado;
– Esbranquiçado: pode indicar alteração, exigindo investigação com oftalmologista.

 

6- Teste do coraçãozinho (oximetria de pulso)

Feito entre 24 e 48 horas de vida, o teste do coraçãozinho mede a saturação de oxigênio no sangue do bebê por meio de um pequeno sensor (oxímetro) no pezinho ou na mão.

Ele é essencial para identificar precocemente cardiopatias congênitas graves, que muitas vezes ainda não dão sinais evidentes.

Se a saturação estiver baixa, o bebê é encaminhado para ecocardiograma e avaliação cardiológica.

 

7- Teste da linguinha

Obrigatório por lei, o teste da linguinha avalia o freio lingual, aquela “pelezinha” que prende a língua na base da boca.

– Por que isso importa?

Um freio muito curto ou preso pode causar:

Dificuldade para mamar (pega ruim, dor no seio, ganho de peso inadequado);
Problemas de fala mais tarde;
Complicações na mastigação.

O exame é basicamente uma avaliação visual e funcional, geralmente feita por fonoaudiólogo ou pediatra. Se houver alteração importante, pode ser indicado um procedimento simples para corrigir (frenotomia), além de acompanhamento fonoaudiológico.

 

8- Teste do quadril (manobra de Ortolani)

Ainda na maternidade, o pediatra realiza o teste do quadril, conhecido como manobra de Ortolani.

Serve para detectar displasia do desenvolvimento do quadril (luxação congênita).

Quando identificada cedo, muitas vezes é possível corrigir com o uso de suspensórios especiais, fraldas específicas, ou fisioterapia, evitando problemas sérios para andar no futuro.

O exame consiste em movimentar suavemente as perninhas do bebê para verificar se a articulação está estável.

 

9- Avaliação de bilirrubina (icterícia)

É muito comum o bebê ficar “amarelado” nos primeiros dias de vida, a chamada icterícia neonatal.

Na maior parte das vezes, isso acontece porque o fígado ainda está imaturo. Mesmo assim, é importante acompanhar os níveis de bilirrubina com exames de sangue.

– Por quê?

Para evitar que níveis muito altos tragam risco de sequelas neurológicas;

Para decidir se é necessário tratamento com fototerapia (luz especial que ajuda a quebrar a bilirrubina e facilitar sua eliminação).

 

10- Vacinas da primeira fase

Além dos exames, dois cuidados fundamentais já acontecem na maternidade:

– BCG: protege contra as formas graves de tuberculose;

– Hepatite B (1ª dose): protege contra vírus que afeta o fígado.

Seguir o calendário vacinal é tão importante quanto os exames. Ele completa a proteção da criança nos primeiros meses de vida.

Se você pretende utilizar a rede privada para seguir o calendário de vacinas, vale comparar planos que têm boa rede de clínicas de vacinação e pediatria na sua região. Nossos consultores te ajudam a visualizar rapidamente essas diferenças entre operadoras.

 

Veja também: Quanto tempo o plano de saúde cobre o recém-nascido? 

 

Como um plano de saúde entra nessa história?

Mesmo com a base garantida pelo SUS, muitas famílias preferem ter um plano de saúde para:

– Escolher pediatra de confiança;
– Marcar retornos com mais rapidez;
– Fazer exames complementares sem tanta espera;
– Ter acesso a mais opções de maternidade e hospitais pediátricos.

Um bom plano pode fazer diferença principalmente se:

– O bebê nascer prematuro;
– Algum exame da triagem apontar alteração;
– Houver necessidade de acompanhamento com especialistas (cardiologista pediátrico, oftalmologista, fonoaudiólogo, neurologista, etc.).

Você pode usar a PesQsaúde para comparar planos lado a lado, ver valores, redes e condições, tudo em um só lugar e sem pagar nada por isso.

Cuidar da saúde do bebê começa antes mesmo da alta da maternidade. Saber quais exames são essenciais deixa tudo mais leve e ajuda você a participar ativamente das decisões.

Não perca tempo e mande uma mensagem para um de nossos especialistas de plantão!

 

Bônus

FAQ – Perguntas frequentes

  1. Todos esses exames são obrigatórios?
    – Alguns são obrigatórios por lei (como teste do pezinho, da orelhinha, da linguinha e parte da triagem neonatal). Outros fazem parte de uma boa prática médica na maternidade e na primeira consulta com o pediatra. O ideal é que todos sejam realizados, seja pelo SUS ou pela rede privada.
  2. E se meu bebê nascer em um hospital particular? Ele faz os mesmos exames?
    Sim. Hospitais privados seguem as mesmas diretrizes do Ministério da Saúde. A diferença é que, muitas vezes, a rede privada oferece versões ampliadas de alguns testes (como o teste do pezinho ampliado), especialmente para famílias que desejam investigar mais doenças.
  3. Meu bebê já nasceu e perdi algum exame no hospital. Ainda posso fazer?
    Em muitos casos, sim. Alguns testes têm janela ideal (por exemplo, o teste do pezinho entre o 3º e 5º dia), mas se houve atraso, o pediatra pode orientar o que ainda pode ser feito e como ajustar. Sempre converse com o médico do seu bebê.